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Opinião literária, por Felipe Azeredo – Frankenstein – Mary Shelley

Frankenstein - Mary Shelley

“Eu era dotado de uma aparência horrorosamente deformada e repugnante, não possuía sequer a mesma natureza dos homens. Quando olhava ao redor, não via e nem ouvia falar de alguém como eu”.

Pela primeira vez realmente me arrependi de ler um livro cuja história já conhecia por outras mídias.

Quem desejar ler esta obra, esteja ciente de que talvez passe pelo mesmo que eu. É uma escrita de 1700 então a forma como a história é contada se arrasta infinitamente, não pelo excesso de detalhes, mas sim, pela inclusão de elementos que dão a impressão de que foram inseridos apenas para aumentar o volume de páginas e que, quando observado de dentro da história, se vê que estão lá sem adicionar nada de relevante.

Não me agradou, mas isso não muda o mérito da obra, considerada um dos maiores clássicos de todos os tempos.

Fora isso, focando na mensagem da obra, temos Vitor Frankenstein, um gênio em todas as áreas do conhecimento em que resolve se envolver e que se vê enfeitiçado por sua própria capacidade.

Cria então seu monstro, brinca de Deus e dá vida à carne que jazia morta. Em sua busca pelo sucesso de sua empreitada, não se preocupou com a estética de seu feito, e quando realmente consegue atingir seu intento, apavora-se de nojo e covardemente abandona a criatura no mundo.

Seu monstro não nasce monstro, apenas com a apresentação de um, mas o contato com a humanidade corrói suas entranhas e apaga as fagulhas de bondade e justiça, impelindo-o em uma sede inesgotável de vingança contra seu criador, que somente termina com a morte de ambos.

Apesar de ser uma obra de terror, traz ensinamentos sobre responsabilidade e zelo, que pune não apenas o causador direto do fato, mas também a todos os inocentes que ao redor dele orbitam.

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